Algumas lutas e revoluções no Brasil

sexta-feira, 23 de março de 2012


Revolta da Vacina

A chamada Revolta da Vacina ocorreu de 10 a 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.

O início do período republicano no Brasil foi marcado por vários conflitos e revoltas populares. O motivo que desencadeou esta foi a campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal, contra a varíola.



Revolta da Chibata

A Revolta da Chibata foi um movimento de militares da Marinha do Brasil, planejado por cerca de dois anos e que culminou com um motim que se estendeu de 22 até 27 de novembro de 1910 na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, à época a capital do país, sob a liderança do marinheiro João Cândido Felisberto.

Na ocasião rebelaram-se cerca de 2400 marinheiros contra a aplicação de castigos físicos a eles impostos (as faltas graves eram punidas com 25 chibatadas), ameaçando bombardear a cidade. Durante o primeiro dia do motim foram mortos marinheiros infiéis ao movimento e cinco oficiais que se recusaram a sair de bordo, entre eles o comandante do Encouraçado Minas Gerais, João Batista das Neves. Duas semanas depois de os rebeldes terem se rendido e terem desarmado os navios, obtendo do governo um decreto de Anistia, eclodiu o que a Marinha denomina de "segunda revolta". Em combate, num arremedo de motim num dos navios que não aderiram à Revolta pelo fim da Chibata, morreram mais um oficial e um marinheiro. Esta "segunda revolta" desencadeou uma série de mortes de marinheiros indefesos, ilhados, detidos em navios e em masmorras, além da expulsão de dois mil marinheiros, atos amparados pelo estado de sítio que a "segunda revolta" fez o Congresso Brasileiro aprovar.


Guerra do Contestado

A Guerra do Contestado foi um conflito armado entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina.

Originada nos problemas sociais, decorrentes principalmente da falta de regularização da posse de terras e da insatisfação da população hipossuficiente, numa região em que a presença do poder público era pífia, o embate foi agravado ainda pelo fanatismo religioso, expresso pelo messianismo e pela crença, por parte dos caboclos revoltados, de que se tratava de uma guerra santa.

A região fronteiriça entre os estados do Paraná e Santa Catarina recebeu o nome de Contestado devido ao fato de que os agricultores contestaram a doação que o governo brasileiro fez aos madeireiros e à Southern Brazil Lumber & Colonization Company. Como foi uma região de muitos conflitos, ficou conhecida como Contestado, por ser uma região de disputas de limites entre os dois estados brasileiros.

Tenentismo

O tenentismo foi o movimento político militar que, pela luta armada, pretendia conquistar o poder e fazer reformas na República Velha. Era liderado por jovens oficiais das Força Armadas, principalmente tenentes.
Quais eram as principais propostas do tenentismo?
-- Os tenentes queriam a moralização da administração pública e o fim da corrupção eleitoral. Pregavam a instituição do voto secreto e a criação de uma justiça eleitoral honesta. Defendiam o nacionalismo econômico: a defesa do Brasil contra a exploração das empresas e do capital estrangeiros. Desejavam uma reforma na educação pública para que o ensino fosse gratuito e obrigatório para os brasileiros.
Desiludidos com os políticos civis, os tenentes exigiam maior.
-- A maioria das propostas do tenentismo contava com a simpatia de grande das partes médias urbanas, dos produtores rurais que não pertenciam à oligarquia dominante e de alguns empresários da indústria.
----Principais revoltas tenentistas:
-----Revolta do Forte de Copacabana: primeira revolta tenentista explodiu em 5 de Julho de 1922. Foi a revolta do Forte Militar de Copacabana, que tinha aproximadamente 300 homens. Liderados pelos tenentes, os homens do forte revoltaram-se contra o governo e decidiram impedir a posse do presidente Artur Bernades.
Tropas fiéis ao governo imediatamente cercaram o Forte de Copacabana, isolando os rebeldes. Não havia condições para resistir. Entretanto, numa atitude heróica,17 tentes e um civil saíram para as ruas num combate corpo-a-corpo com as tropas do governo. Dessa luta suicida, só dois rebeldes escaparam com vida: os tenentes Eduardo Gomes e Silqueira Campos. O episódio ficou conhecido como os 18 dos Forte.
---Revota de 1924:Dois anos depois da primeira revolta tenentista, explodiram novas rebeliões tenentistas em região como o Rio Grande do Sul e São Paulo.
Depois de ocupar temporariamente a capital de São Paulo, a tropa tenentista teve que abandonar suas posições diante da ofensiva reação armada do governo.
Com uma numerosa e bem armada tropa de mais ou menos mil homens, os rebeldes formaram a coluna paulista, que surgiu em direção ao sul do país, ao encontro de outra coluna militar tenentista, liderada pelo capitão Luís Carlos Prestes.
----A Coluna Prestes:As duas forças tenentistas uniram-se e decidiram percorrer o interior do país, procurando o apoio do povo para novas revoltas contra o governo. Nascia, assim, a chamada Coluna Prestes, pois as tropas eram lideradas pelo capitão Luís Carlos Prestes.
Durante mais de dois anos (1924 a 1926), a Coluna Prestes percorreu 24 mil quilômetros através de 12 estados brasileiros. Sem descanso, o governo perseguia as tropas da Coluna Prestes que, por meio de brilhantes manobras militares, conseguia escapar das perseguições.
Em 1926, os homens que ainda permaneciam na Coluna Prestes decidiram ingressara no Bolívia e desfazer, finalmente, a tropa.
A Coluna Prestes não conseguiu provocar revoltas capazes de ameaçar seriamente o governo. Mas manteve acesa a esperança revolucionária de libertar o país do domínio da velha oligarquia


Revolução de 1930

A Revolução de 1930 foi o movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha.

Em 1929, lideranças de São Paulo romperam a aliança com os mineiros, conhecida como política do café-com-leite, e indicaram o paulista Júlio Prestes como candidato à presidência da República. Em reação, o Presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada apoiou a candidatura oposicionista do gaúcho Getúlio Vargas.

Em 1 de março de 1930, foram realizadas as eleições para presidente da República que deram a vitória ao candidato governista, que era o presidente do estado de São Paulo, Júlio Prestes. Porém, ele não tomou posse, em virtude do golpe de estado desencadeado a 3 de outubro de 1930, e foi exilado.

Getúlio Vargas assumiu a chefia do "Governo Provisório" em 3 de novembro de 1930, data que marca o fim da República Velha.


Guerra de Canudos

Guerra de Canudos ou Campanha de Canudos, foi o confronto entre o Exército Brasileiro e os integrantes de um movimento popular de fundo sócio-religioso liderado por Antônio Conselheiro, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado da Bahia, no nordeste do Brasil.

A região, historicamente caracterizada por latifúndios improdutivos, secas cíclicas e desemprego crônico, passava por uma grave crise econômica e social. Milhares de sertanejos e ex-escravos partiram para Canudos, cidadela liderada pelo peregrino Antônio Conselheiro, unidos na crença numa salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social.

Os grandes fazendeiros da região, unindo-se à Igreja, iniciaram um forte grupo de pressão junto à República recém-instaurada, pedindo que fossem tomadas providências contra Antônio Conselheiro e seus seguidores. Criaram-se rumores de que Canudos se armava para atacar cidades vizinhas e partir em direção à capital para depor o governo republicano e reinstalar a Monarquia.

Apesar de não haver nenhuma prova para estes rumores, o Exército foi mandado para Canudos. Três expedições militares contra Canudos saíram derrotadas, o que apavorou a opinião pública, que acabou exigindo a destruição do arraial, dando legitimidade ao massacre de até vinte mil sertanejos. Além disso, estima-se que cinco mil militares tenham morrido. A guerra terminou com a destruição total de Canudos, a degola de muitos prisioneiros de guerra, e o incêndio de todas as casas do arraial.


Sabinada

A Sabinada foi uma revolta autonomista que ocorreu entre 6 de novembro de 1837 e 16 de março de 1838, na então Província da Bahia, na época do Brasil Império.


Balaiada

A Balaiada foi uma revolta de caráter popular, ocorrida entre 1838 e 1841 no interior da então Província do Maranhão, no Brasil,e que após a tentativa de invasão de São Luís, dispersou-se e estendeu-se para a vizinha província do Piauí. Foi feita por pobres da região, escravos, fugitivos e prisioneiros. O motivo era a disputa pelo controle do poder local. A definitiva pacificação só foi conseguida com a anistia concedida pelo imperador aos revoltosos sobreviventes. As causas foram a miséria promovida pela crise do algodão.


Revolta dos Malês

A chamada Revolta dos Malês registrou-se na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835 na cidade de Salvador, capital da então Província da Bahia, no Brasil.

Constituiu numa sublevação de caráter social, de escravos africanos das etnias hauçá, igbomina e Picapó, de religião islâmica, organizados em torno de propostas radicais para libertação dos demais escravos africanos que fossem muçulmanos. "Malê" é o termo que se utilizava para referir-se aos escravos muçulmanos.

Foi rápida e duramente reprimida pelos poderes constituídos.


Cabanada

Cabanada foi a rebelião ocorrida no Brasil entre 1832 e 1835, iniciada logo após a abdicação de Dom Pedro I, ou seja, no período da Regência. Dificuldades financeiras do novo Regime, com o comércio exterior quase estagnado e a queda das cotações do algodão e da cana-de-açúcar, além do privilégio aduaneiro à Inglaterra, em vigor desde 1810, fizeram com que eclodissem diversas revoltas no Império do Brasil nesse período.

O movimento da Cabanada se deu em Pernambuco, Alagoas, e Pará, porém são insurreições diferentes e em locais diferentes. A primeira se trata da revolta em Pernambuco e Alagoas e a segunda na região do atual Pará.

Em Pernambuco, onde também foi chamado de "A Guerra dos Cabanos", a rebelião foi conservadora pois pretendia a volta do monarca português ao trono do Brasil (para alguns historiadores, uma pré-Canudos). Desenrolou-se na zona da mata e no agreste. Teve como líder Vicente de Paula, com seguidores de origem humilde, predominando índios (jacuípes e outros) e escravos foragidos (chamados de papaméis).

Com a morte de Dom Pedro I em Portugal (1834), o movimento deixou de ter razão de existir, e em uma Conferência de Paz com participação do bispo Dom João da Purificação Marques Perdigão, a rebelião terminou. Mesmo assim, os governadores Manoel de Carvalho Paes de Andrade e Antônio Pinto Chichorro da Gama mandaram um exército de 4000 soldados cercarem o local, prendendo centenas de revoltosos.

Já bem antes da revolta começar o bispo Dom João da Purificação Marques Perdigão, estava arrumando um jeito de acabar com ela, pois ele já tinha em mente que iria acontecer isso, estava mais preocupado com como terminar que com como começar.

A insurreição da Cabanagem no Pará foi mais grave, pois foi nacionalista e queria a independência da província. Durou cerca de 5 anos, pacificada pelo Marechal Soares de Andréa, o barão de Caçapava, a custa de vários conflitos sangrentos e execuções dos insurretos.

Ao final da Cabanada, o líder Vicente de Paula foi preso e enviado para a ilha de Fernando de Noronha.


Noite das Garrafadas

A Noite das Garrafadas foi um episódio da história do Brasil Império.

No dia 20 de novembro de 1830, o jornalista Líbero Badaró, que denunciava o autoritarismo do imperador D. Pedro I, é assassinado - e supõe-se que foi a mando do próprio governante.

Em fevereiro de 1831, D. Pedro I viaja para Minas Gerais, sendo hostilizado pelo povo mineiro. No dia 11 de março ele retorna ao Rio de Janeiro, onde encontraram uma grande festa do partido português para o imperador. O partido brasileiro, acompanhando a festa, fica revoltado, pois o país estava em crise. Dando início a um conflito entre o partido português e o brasileiro, feito com pedras e garrafas. Esse episódio teve importância primordial na crise política que resultaria na abdicação de D. Pedro I em 7 de abril.

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